Painel da Mídia do Senalimp debateu como a imprensa pode contribuir para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). “A quantidade de reportagens [sobre resíduos] ainda é pequena, mesmo tendo aumentado nos últimos anos. O jornalista sempre procura algo representativo, como uma contaminação ou um desabamento para abordar o tema. Falta atenção com o assunto”, disse o jornalista Heródoto Barbeiro.

O jornalista da Folha de S. Paulo Eduardo Geraque afirmou que nem sempre o tema resíduos sólidos tem a atenção necessária. “Assuntos como reciclagem de pneus, lâmpadas e outros produtos são muito difíceis de serem publicados na Folha. O foco é dar atenção para problemas básicos, como a falta de lixeiras e a coleta seletiva”, disse.

Já no caso da Rádio Bandeirantes, a cobertura privilegia denúncias do ouvinte, como revelou o jornalista Francisco Prado. “Temos uma central desse tipo exclusivamente dedicada ao ouvinte. É muito difícil para o jornalista conseguir uma informação exclusiva sobre resíduos sólidos. No caso de uma denúncia, temos critérios estabelecidos claros, dando o mesmo espaço para fonte e empresa investigada“, comentou.

As empresas que não cumprem a lei acabam ganhando mais espaço na mídia. “No momento que as empresas estão preocupadas com a credibilidade da imagem, passam a assumir a responsabilidade da logística reversa. Essas

marcas, geralmente, são globais e estão listadas em rankings internacionais, que influenciam nas ações do mercado internacional. Se ela não tratar corretamente o lixo, cai no ranking e nas ações”, afirmou Barbeiro.

O painel foi coordenado por Diógenes Del Bel, diretor presidente da Abetre.

Fonte: Revista Limpeza Pública (nº 86, página 32)