1) Qual foi o sistema de incentivos e punições a Prefeitos nos EUA que ajudou na eliminação dos lixões:Não houve punição. Apenas foi criada a legislação pertinente e os prefeitos que queriam (e todos queriam) ter acesso aos benefícios de verbas federais e similares tinham que cumprir a legislação.Simples assim.
2) Por que o Sistema similar não vingou no Brasil?Não temos como avaliar a situação no Brasil. Deixamos que a ABETRE responda
ABETRE: No Brasil não vingou porque faltou responsabilidade. É preciso encarrar a legislação com respeito e responsabilidade. Decorridos 5 anos do prazo estabelecido pela PNRS os prefeitos ainda querem mais prazos o que não vai resolver. Enquanto não houver uma estrutura sustentável e uma proibição de acessar as verbas federais sem o cumprimento das determinações vamos continuar procrastinando e não resolvendo o problema.
3) Havendo tecnologias energeticamente viáveis como a pirólise que proporciona a reinserção de subproduto (obtido neste processo de decomposição) ao mercado, qual seria/quais seriam, as dificuldades em implantar/incentivar este meio de reciclagem?Não há nenhuma dificuldade na implantação de nenhuma tecnologia. Os incentivos estão presentes na esfera estadual e/ou federal. O problema do Brasil é que não há projetos e sem eles é muito difícil que alguém possa, por exemplo, buscar os incentivos que existem – e não são poucos – a custo barato. Temos um grave erro no país: queremos fazer as coisas, mas não nos debruçamos no assunto e nem vamos a fundo para apresentar a quem pode ofertar o investimento um projeto completo, bem feito. No ano passado havia bilhões disponíveis na Caixa Econômica Federal para fomentar projetos de novas tecnologias, mas muito pouco foi utilizado exatamente porque o empresário brasileiro não apresenta projetos de qualidade e sem estes ninguém dá dinheiro.Há, de nosso conhecimento, dois associados da ABETRE que estão trabalhando com pirólise. Um em São Paulo e outro em Santa Catarina.
4) O documentário ilha das Flores denuncia coleta de restos de alimentos para tratar porcos, no lixão de Porto Alegre. Após a coleta, liberavam a entrada de pessoa para recolher o que não seria para os porcos. Essa situação persiste? (Pergunta de: Juvenal)Caro Juvenal, Porto Alegre hoje tem um dos aterros mais modernos do país. Nosso associado CRVR – Central de Tratamento de Resíduos de Minas do Leão recebe todos os resíduos da capital gaúcha. O aterro dispõe de tecnologia de ponta e produz energia elétrica a partir da captação do metano. É um exemplo a ser seguido.
5) Foi mencionado sobre a taxa cobrada nos EUA. Ela é proporcional à quantidade de resíduos gerados?R: Sim, há um sistema de cobrança baseado em quantidade gerada.P: Tem algum tipo de sistema para esta cobrança?R: normal. produziu pagou. Sempre há uma aferição do que se gera. Os contêineres distribuídos a população são um dos meios para avaliação.
6) Qual a forma que convenceram as pessoas a pagarem a taxa para os resíduos? Na minha cidade, Teresina – Piauí, foi começada a ser cobrada uma pequena taxa, mas a população é muito resistente a isso. Como foi nos EUA? (Pergunta de Marina Luz da Silva de Teresina, PI)Nos EUA há um princípio. Quando se tem qualidade na prestação dos serviços paga-se por ele. Simples assim.Nota da ABETRE: em sua cidade, embora haja 2 espetaculares Aterros Sanitários Privados, o Prefeito – sabe-se lá por quais razões – continua a destinar os resíduos para o lixão da cidade
7) As empresas americanas veem o Brasil como oportunidade de negócio ou o risco institucional e regulatório os afasta de investimentos no Brasil? (Pergunta de: Antonio Dourado Rocha, Governo do Distrito Federal, Secretário de Projetos Especiais)Sempre que há bom negócio há interesse mas é preciso o respeito aos contratos.
8) Em minha opinião existem carências locais que poderiam ser supridas por empresas norte-americanas com experiências específicasVou reforçar. Expertise existe e também interesse. É necessário respeito as normas e cumprimento do que é pactuado.