No dia 23 de maio, a ABDIB – Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base promoveu o seminário “Financiamento e garantias para a infraestrutura”, no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo. O evento reuniu as principais lideranças e autoridades nacionais, entre elas, o atual Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O seminário teve início com uma palestra de Gilberto Peralta, presidente do Conselho de Administração da ABDIB, que enfatizou a importância em se diminuir a burocracia para aumentar a infraestrutura e finalizar as obras inacabadas. De acordo com o executivo, 16% do PIB são usados em infraestrutura, sendo que neste ano a meta é usar 5% do PIB para recuperar o que está inacabado. Como meio de tornar essa ideia uma realidade, a entidade está formando o “Observatório da infraestrutura” para gerenciar os planejamentos de projetos.
Outros palestrantes também abordaram o tema, como Murilo Portugal Filho, presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), que apontou alguns problemas no investimento de infraestruturas, tais como baixa taxa de poupança doméstica, demora e insegurança jurídica e o erro comum que é equiparar seguradoras com bancos; e Dyogo Oliveira, Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, que trouxe um contraponto: enquanto a Previdência hoje consome 13% do PIB, pode-se ampliar a participação do setor privado (terceirização) quando o assunto é infraestrutura.
Na sequência, Priscilla Matsumoro Huttenlocher, gerente administrativo financeira do Grupo CCR, sugeriu uma maior atuação junto ao governo e aos Poderes Concedentes nos processos pré-leilão, bem como a manutenção da lógica e regularidade nas condições de apoio e a flexibilização e customização de determinadas condições do financiamento. A executiva ainda ponderou outros fatores de relevância, como a concentração das obrigações contratuais às questões estritamente ligadas ao financiamento e a desvinculação da participação no financiamento com a contratação de outros serviços bancários.
Duas palestras bem aguardadas foram as de Cláudio Coutinho, diretor da área de Crédito, Financeira e Internacional do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), e Henrique Meirelles, atual Ministro da Fazenda. O primeiro explicou sobre a atuação da entidade e enfatizou que o apoio total do banco, entendido como a soma do valor financiado e das debêntures subscritas pelo BNDES, não pode ser superior a 80% do valor total dos itens financiáveis. Meirelles deu mais enfoque às ações do governo, afirmando que a gestão atual está tomando as medidas necessárias para garantir a estabilidade da economia, o que tem trazido melhorias econômicas nos últimos meses. “Reformas estruturais vão aumentar a produtividade do país”, afirmou.