Segundo o presidente da entidade, ainda não há um grande acordo setorial no Brasil para a destinação desse material.
O recente estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), intitulado Global E-Waste Monitor, que mostra que 80% dos resíduos eletrônicos no mundo forma descartados de maneira irregular no último ano, é um alerta para as autoridades sobre a deficiência dos programas de logística reversa no Brasil e também nos demais países.
A opinião é do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), Carlos Fernandes. Segundo ele, no caso brasileiro, ainda não há um grande acordo setorial para a destinação desse material, como foi feito, por exemplo, com as embalagens de óleo e os pneus.
“Na verdade, o Brasil precisa acelerar os acordos setoriais que garantam o cumprimento das metas e prazos pactuados também no setor de eletrônicos”, acrescenta. A Abetre defende, inclusive, a criação de uma licença prévia para produzir e para importar produtos.
“No caso dos eletrônicos, quase todos os produtos comercializados e posteriormente descartados são importados e, evidentemente, o importador deve ser parte integrante da cadeia de responsabilidade pelo resíduo gerado”, explica o presidente da Abetre.
Segundo o relatório da ONU, apenas em 2016, foram descartadas, por exemplo, 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico no mundo. Desse total, apenas 20%, ou cerca de 8,9 milhões de toneladas, foram reaproveitados. O estudo mostra ainda que houve um aumento de geração de 8%, cerca de 3,3 milhões de toneladas de lixo eletrônico, entre 2014 e 2016. Especialistas esperam que o volume suba para 52,2 milhões de toneladas em 2021.