Para trocar experiências em projetos de gestão de resíduos sólidos no Brasil e em Portugal, os departamentos de Meio Ambiente (DMA) e Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp realizaram na última segunda-feira (6 de novembro) um workshop com especialistas e empresas do setor de ambos os países.
Segundo Mario Hirose, diretor titular adjunto do DMA, alguns segmentos brasileiros, como embalagens de agrotóxicos, apresentaram bons exemplos em relação ao tema discutido nos últimos anos, assim como a estruturação da reciclagem de produtos eletroeletrônicos no país.
Na avaliação do diretor titular do Derex, Thomaz Zanotto, o Brasil ainda possui problemas internos de regulação e em identificar uma tecnologia que seja compatível com as questões culturais locais.
Segundo ele, faz 20 anos que muitas questões práticas deste setor não conseguem ser sanadas. “Ano que vem é um ano muito importante, de eleição, as propostas em todas as esferas devem considerar esse assunto”, defendeu Zanotto.
Já o cônsul geral de Portugal, Paulo Lopes Lourenço, afirmou que não se trata de um tema novo também em seu país. “O que vejo de surpreendente é uma lentidão dessa área em promover projetos concretos, o que deve ter a ver com o contexto econômico dos dois países”, observou.
Lourenço destacou que Portugal nunca teve um relacionamento tão intenso com o Brasil, considerando o número de brasileiros vivendo no país e investimentos em trânsito entre as duas economias, fatores que contam como importantes impulsos quando considerado o intercâmbio de ideias.
Do lado prático, o diretor de Inovação e Novos Negócios da Sintronics, de Sorocaba (SP), Carlos Ohde, contou aos participantes do evento como a empresa conseguiu tornar-se uma referência na transformação e reciclagem de produtos para fins industriais.
Também participaram do debate sobre a legislação brasileira para resíduos sólidos, mediado pelo diretor da divisão de Saneamento Básico do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Fiesp, Diógenes Del Bel, o ex-ministro de Meio Ambiente de Portugal e sócio da Abreu Advogados, José Eduardo Martins, Fabricio Soler, da Felsberg Advogados, e Simone Paschoal Nogueira, da Siqueira Castro Advogados.